Arquitetura da Água I - Graciosa PR01 GRA Trilho fechado
Trail Info
Esta pequena rota linear tem início no Pico da Caldeirinha de Pêro Botelho, e circunda a cratera deste cone vulcânico formado por salpicos de lava (“spatters”), estrutura geológica única na ilha Graciosa. O aparelho vulcânico inclui ainda um algar, com cerca de 37 metros de profundidade. Pela sua importância geológica é classificado como geossítio do Açores Geoparque Mundial da UNESCO.
Em termos paisagísticos, merece destaque o Pico Timão, o segundo ponto mais alto da ilha (398m), que oferece amplas vistas panorâmicas sobre a Graciosa e as restantes ilhas do grupo central. O Pico Timão corresponde ao centro emissor da última erupção que ocorreu na ilha, há menos de 2.000 anos, cujas lavas atingiram o mar na costa leste na zona da Praia, estando também classificado como geossítio. Além da relevante geodiversidade, o percurso apresenta interessantes elementos da biodiversidade, destacando-se a existência de exemplares de flora nativa e endémica como a Erica azorica, Calluna vulgaris, Morella faya e espécies de ocorrência mais rara como a Corema album e a Platanthera pollostantha.
Ao nível do património cultural, a Arquitetura da Água representa um importante testemunho da identidade da ilha e memória do esforço e engenho do povo graciosense para fazer face à escassez de água. Esta carência suscitou na população a necessidade de construção de sistemas de captação e armazenamento de água como tanques, cisternas, lavadouros e chafarizes. Destacam-se ainda, ao longo do percurso, as antigas estruturas de distribuição como canos em barro, que asseguravam o transporte da água até às arquinhas e chafarizes. Na parte final do percurso é possível observar um poço de maré que tinha como função a captação de água em profundidade (do aquífero basal), e a antiga fábrica de Telha, onde antigamente se produziam diversos artefactos de barro, alguns deles utilizados na arquitetura da água.
O ilhéu da Praia, classificado como Reserva Natural, é um importante local de nidificação das principais colónias de aves marinhas dos Açores, com destaque especial para a menor ave marinha dos Açores, o painho-de-monteiro (Hydrobates monteiroi), um endemismo local que nidifica maioritariamente nos ilhéus de Baixo e da Praia.
Na Praia, existe uma aprazível zona balnear e diversos serviços, destacando-se o ex-libris da doçaria graciosense - as queijadas da Graciosa.