Fajã da Caldeira do Santo Cristo

Grande Rota das Flores (Etapa 02 encerrada) - Flores

Trail Info

A Grande Rota das Flores percorre grande parte do litoral costeiro da ilha, efetuando a ligação entre Santa Cruz das Flores e a freguesia do Lajedo, situada na costa sudoeste da ilha, através de um percurso linear com nível de dificuldade elevado, que envolve alguns troços não aconselháveis a pessoas com vertigens, em especial a descida da Rocha do Risco.

Este percurso apresenta uma grande riqueza de paisagens vulcânicas, complementadas pela existência de pequenos povoados isolados e por uma vegetação rica em espécies endémicas, nomeadamente na Costa Nordeste e nas Falésias da Costa Oeste. Sempre que possível poderá aproveitar as diversas zonas balneares que o percurso oferece, bem como aproveitar a passagem pelos centros urbanos e rurais para reabastecer de utensílios necessários à sua caminhada e retemperar forças.

Este trilho está dividido em duas etapas de aproximadamente 21 km e 26 km respetivamente. A primeira etapa liga Santa Cruz a Ponta Delgada caracteriza-se por sucessivos extensos e profundos vales onde correm diversas ribeiras, que levou à implantação de uma Central Hidroelétrica, localizada no troço inicial. Além disso, a etapa percorre a costa nordeste, caracterizada por um relevo abrupto e amplo recorte com inúmeros ilhéus, penedos, pontas e enseadas, que constituem uma zona importante de nidificação de várias espécies de aves marinhas. Quanto à segunda etapa, que liga Ponta Delgada ao Lajedo, a baixa e linearizada falésia costeira entre Ponta Delgada e a Ponta do Albernaz dá lugar a uma das mais belas paisagens litorais dos Açores, onde as fajãs lávicas e detríticas como a Fajã Grande e a Fajãzinha encontram-se separadas do Planalto Central da ilha por uma longa arriba fóssil com cerca de 300 m de altura, onde escorrem inúmeras linhas de água, formando impressionantes quedas de água na encosta, com destaque para o Poço da Alagoinha, que apresenta uma lagoa na base da arriba. Os pequenos povoados como os Mosteiros, a freguesia do país com menor população residente, confere um encanto especial à paisagem envolvente.

Uma vez que este grande trilho envolve grandes desníveis de altimetria, deverá planear o percurso, de acordo com a sua condição física, interesse e disponibilidade. Além disso, atravessa várias linhas de água, pelo que deverá ter em atenção o aumento do caudal em dias subsequentes a elevada precipitação.

Perfil

Informações

Categoria - Linear
Dificuldade - Difícil
Extensão - 47 km
Tempo Médio - 18h00
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Etapa 1 Santa Cruz das Flores / Ponta Delgada 

21 km/08h00/Difícil

A etapa 1 percorre a costa nordeste da ilha, ligando a Vila de Santa Cruz à freguesia de Ponta Delgada. A paisagem é marcadamente agroflorestal com a predominância de pastagens, áreas florestais, onde é possível visitar a Reserva Florestal de Recreio Luís Paulo Camacho, e diversos vales entalhados com linhas de água, onde está instalada a Central Hidroelétrica de Além Fazenda e respetivo circuito, responsável pela produção de cerca de 50% da energia elétrica da ilha. Toda esta paisagem integra o geossítio do Vale das Ribeiras da Badanela e Além Fazenda, do Açores Geoparque Mundial da UNESCO. Já a Costa Nordeste, também classificada como geossítio, é caraterizada por altas falésias com cascatas, bordejada por algumas praias de calhau rolado, possíveis de visitar, como é exemplo a Baía da Alagoa. Esta geopaisagem é complementada pela presença de diversos ilhéus, destacando-se a Furna do Galo (gruta de erosão, apenas acessível de barco). Do ponto de vista do património natural, destaque para a Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies, que inclui vegetação constituída por matos arborescentes de urze (Erica azorica), faia-da-terra (Morella faya), pau-branco (Picconia azorica) e cedro-do-mato (Juniperus brevifolia). As diferentes escarpas e ilhéus constituem locais apropriados para colónias de cagarros (Calonectris borealis), garajaus comuns e rosados (Sterna hirundo e Sterna dougallii) e frulhos (Puffinus ilhermini baroli). Como curiosidades, referir que a baía da Alagoa foi, durante séculos, o único porto natural acessível da ilha, de onde se exportou laranja para o território nacional e inglês. Também de referir que a orla marítima de Ponta Delgada era conhecida nos Açores, entre os séculos XIX e XX, como o lugar mais propício para o embarque clandestino rumo às Américas. Devido às diversas linhas de água e piso de pedra que se pode encontrar escorregadio, recomenda-se um cuidado redobrado após dias de chuva e a utilização de calçado apropriado.

Etapa 2 Ponta Delgada / Lajedo ENCERRADO

26 km/10h00/Difícil

A etapa 2 percorre a costa oeste da ilha, ligando o Lajedo à freguesia de Ponta Delgada. Devido ao desnível acentuado e a proximidade a zonas de falésia, este percurso não é aconselhável a pessoas com vertigens. Este percurso permite visitar uma das mais belas paisagens litorais dos Açores, correspondente aos geossítios da Fajãzinha e Fajã Grande, caracterizada por uma arriba fóssil, com cerca de 300m de altura, que delimita as referidas fajãs do planalto central da ilha e apresenta inúmeras quedas de água, que alimentam massas de água permanentes na sua base. Estas massas de água são designadas de poços, sendo os mais conhecidos o Poço do Bacalhau e o Poço da Ribeira do Ferreiro, também conhecido por “Lagoa das Patas”. O casario e os povoados da Fajãzinha, Fajã Grande e Ponta da Fajã conferem um aspeto pitoresco à belíssima paisagem. Relativamente a outros marcos paisagísticos, destaque para a Rocha dos Bordões, monumento natural, e o geossítio da Ponta do Albernaz – Ponta Delgada, área onde se localizam as mais antigas escoadas lávicas datadas da ilha, com cerca de 2 Ma, de onde se observa o ilhéu de Maria Vaz, o farol do Albernaz e a ilha vizinha do Corvo. Do ponto de vista do património natural, destaque para a Reserva Natural do Ilhéu de Maria Vaz, considerado importante local de nidificação, essencialmente da gaivota-de-patas-amarelas (Larus michaellis atlantis), a Área de Paisagem Protegida da Zona Central e Falésias da Costa Oeste e Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies da Costa Sul, que, além dos diversos endemismos associados, constituem um habitat privilegiado para aves como o cagarro (Calonectris borealis) e o garajau-comum (Sterna hirundo) e garajau-rosado (Sterna dougallii). Uma vez que este trilho apresenta grandes desníveis altimétricos, deverá planear o percurso, de acordo com a sua condição física, interesse e disponibilidade. Além disso, atravessa várias linhas de água, pelo que deverá ter em atenção o aumento do caudal em dias subsequentes a elevada precipitação